Você já teve aquela impressão chata de que sempre escolhe o cara errado? As amigas usam você como exemplo a não ser seguido e sua mãe sofre cada vez que um namorado novo - aquele, bem esquisito - é apresentado à família? Pois saiba que, assim como você, há uma legião de mulheres que acabam sempre com um estranho no ninho.A explicação para essa escolha torta não é tão simples quanto parece.
As mulheres têm uma tendência a se envolverem com homens indisponíveis ao relacionamento amoroso,alguns dizem que isso é azar, outros que é coisa de mulher não muito favorecida geneticamente (ou muito bonita), os sexistas comentam que é o resultado de mulheres tão bem-sucedidas que oprimem os rapazes, já outros podem ser freudianos e falar que a moça tem complexo de édipo mal resolvido (antes que corrijam, a nomenclatura “complexo de Electra” caiu faz tempo, tá?) e assim a pobrezinha está condenada a repetir erros pelo resto da vida.
Do que estou falando? Do famoso “Dedo Podre”. Numa definição simples, trata-se da nomenclatura popular para o fenômeno de “moças bacaninhas” se darem mal em relacionamentos com “cafajestes”. Da primeira vez, pode até ser azar mesmo, poxa. Mas depois de ser corneada, chifrada, traída e moralmente abusada por quinhentas vezes e, portanto, com mais de um companheiro, pode-se dizer que a tal moça em questão tem, de fato, o dedo podre.
Existem os famosos casos das cegas que não querem ver (leia-se: ingênuas) e também existe a versão “homem supimpa” com “mulher vadia”, sobre a qual não vou discorrer aqui, já que o caso das moças é realmente muito famoso e já que o padrão de repeteco de coisa ruim parece se explicar (ou não se explicar) pelos mesmos motivos, independentemente do sexo.
Li uma vez que nós seres humanos não gostamos do que não conhecemos, exatamente e simplesmente porque não conhecemos. Concordo. Quando iniciamos nossa vida amorosa, somos cordeirinhos felizes correndo pelo campo em busca de acasalamento e não, não sabemos nada deste mundo, vasto mundo. Aí um belo dia CRÉU! E quebram nosso coração.
Estava tudo tão bom, estava tudo tão bem! Por que? Snif, snif, snif. O remédio chamado tempo vem e passa, e lá adiante estamos nós de novo, correndo pelo campo com um sorrisinho um pouco menor, mas ok, correndo – e fugindo de levar mais outro CRÉU por trás.
Como não sabemos o que vem pela frente, damos chances à vida, mas não é incrível que nosso próprio coraçãozinho inteligentemente (burro!) escolha só aquilo que ele já conhece, por pior que seja, já que realmente é isso o que parece mais lhe apetecer? Pois sim.
No começo, tudo muito lindo, mãos dadas, toalhas quadriculadas e vermelhas em baixo de uma árvore e inciais de nomes talhadas num tronco. Dali um tempo… CRÉU! Burro, burro, burro! Por que de novo, hein? Por que comigo? ….
É, as patinhas podres são a mais pura expressão do medo. Surgem do medo de não ser feliz, continuam pelo medo de perder a felicidade que alcançamos e persistem a cada tombo que tomamos no caminho. Para mim, dedinhos podres não dependem de sexo, cor, idade ou grau de sucesso na vida profissional, seja no escritório, seja em Hollywood.
Talvez, patinhas podres sejam o mais puro sinal de evolução emocional um pouquinho torta, um pouco desviada do caminho da luz. Ao invés de aprender com os tropeços, o jovem cordeirinho corre do buraco que os provocou – e continua correndo, mesmo velhinho. O problema é que, aparentemente, depois do primeiro tropeço, nosso maior objetivo passa ser não sofrer de novo ao invés de ser feliz.
O tempo nem sempre é só um remédio. Às vezes o tempo nos obriga a olhar para trás e passar a confiar que sim, podemos ser felizes desta vez e, não, nem sempre tudo tem de começar do mesmo jeito para funcionar.
E, olha, tudo bem se você descobrir que é bom se arriscar aos 15, 20, 30, 40 ou 50 anos – e tudo bem também se no meio do caminho você esquecer um pouquinho disso e fugir morrendo de medo. Tudo a seu tempo. Eu só torço para que todos nós entendamos isso – e hoje torço especialmente por Jeniffer Aniston.
Se uma quarentona incrível como ela consegue tomar mais outro belo tombo devidamente midiatizado (Brad Pitt, John Mayer e Gerard Butler) exatamente por um repeteco de azar (ou não!), todas nós podemos. Só esperamos que agora ela finalmente pare pra pensar de uma vez por todas no que anda fazendo – e escolhendo.

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